Batman - A Guerra pela Alma de Gotham #1
Escrito por Xande Ribeiro
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Uma cidade considerada amaldiçoada, apenas alguns conseguem sobreviver ao que ela presenteia. Um cavaleiro e sua armada lutando pela alma perdida, lutando pela justiça.
Gotham City é uma cidade bastante fria à noite. Não possuo uma explicação cientifica para isso, nunca me interessei. Mas hoje ela está especialmente fria. Não, não é inverno, muito menos uma massa de ar frio vinda do pólo norte. Hoje algumas pessoas comemoram casamentos, aniversários, outras coisas que agora não vêem ao caso. Mas uma pessoa tem essa data marcada em sua memória, não só por algo bom, mas também por algo ruim. A 20 anos atrás, na data de hoje, Victor Fries conheceu sua futura esposa, Nora. E, a 10 anos, neste mesmo maldito dia, ela sofreu um acidente que mudaria a vida deles para sempre. Victor me contou sobre isso um dia, ele está vivendo bem, não é mais um vilão. Realmente acredito que ele jamais fora um criminoso, somente um homem desesperado. A vida é assim: algumas pessoas não sabem direcionar suas dores.- Olá Victor.
O homem que está com uma maquina apontada para o céu, olha para o Encapuzado que acabara de chegar no terraço. Ele sorri de canto de boca, da de ombros.
- Olá Batman, uma boa noite para você...
- Obrigado. Bela imagem essa que você montou – Batman aponta para uma estatua de gelo de alguns pássaros em uma fonte.
- Obrigado, estive esculpindo-a por algum tempo. Eu tive certo trabalho, mas me agradou – Ele olha a obra com extrema satisfação, os detalhes são incríveis. – O que traz você aqui, meu amigo.
- Vim ver como você está. E... Asa Noturna me convenceu a trazer um presente pra você – Ele puxa uma pequena caixa de seu cinto de utilidades – Ele disse que é muito importante. E que você vai gostar.
Fries pega a pequena caixinha e a abre, dentro dela está o anel de noivado que ele deu a Nora. Ele começa a chorar, suas lagrimas congelam em seu rosto, mas isso não o incomodou.
- Como você conseguiu isso? – Diz Fries em meio a soluços – Eu vendi para ajudar nas despesas do tratamento de Nora.
- Bem, agradeça ao Asa Noturna. Ele estava na Rússia, é um Anel Valioso. O único que existe.
- Sim, mas é mais valioso pra mim é. Obrigado por tudo – A conversa dos dois é interrompida por barulhos de sirene.
- Desculpe Victor, mas eu tenho que ir...
- Tudo bem. Só mais uma coisa, se você encontrar o Sr. Wayne, agradeça-o por tudo que ele está fazendo por Nora.
- Pode deixar. Cuide-se camarada.
Gotham é uma cidade fria, mas o frio aproxima as pessoas. Algumas vezes eu passo tanto tempo envolvido em brigas, em ação, em coisas físicas que me esqueço que, muitas vezes, as pessoas só precisam de calor humano. Eu criei o Batman para ser um símbolo de esperança para Gotham, eu me sinto bem por isso.
Na manha do dia seguinte, o Comissário de Policia James Gordon, acorda no velho sofá marrom de sua sala. O charuto ainda a mão. Ele o coloca a boca, então percebe que seu fogo se extinguira a muito. Após levantar com muita, mas muita dificuldade, ele pragueja algo que só fora possível entender “Ela está certa, tenho que comprar um novo”. Gordon pega o jornal em cima da mesa, mas é o de ontem. Ele sai da sala e vai em direção ao saguão. A delegacia, ainda um pouco vazia tem um som bonito de pássaros cantando, e um aroma bastante agradável devido à padaria que fica do outro lado da rua. Ainda espreguiçando-se, Gordon pega um dos jornais da pilha. A manchete do dia lhe faz lembrar do porque de ter dormido na Delegacia: “Batman prende quadrilha responsável por trafico de Drogas”
- Batman nos deu esses de bandeja não é Bullock? – Gordon cumprimenta o flácido detetive que acenara com a cabeça – Eu vou ter que sair Harv... Será que você pode ficar de olho nas coisas por enquanto?
- Bom dia James. Obrigado por se preocupar como estou. As coisas são sempre assim, Bullock faça isso, Bullock, faça aquilo. E o aumento de salário que é bom? Nada não é?
- Obrigado Harvey.
- Até James.
Gordon vai para sua casa, ele tem uma reunião importante às 13 horas. Sua mulher, Bárbara, lhe fez experimentar alguns ternos elegantes. Mas ele evitava “É só um almoço Bárbara!” – Ele dizia.
Um pouco longe dali, mais especificamente em um circo abandonado. O Coringa lê o jornal do dia.
- Batman, Batman, Batman... Sempre estragando as festas dos outros. Ele é o convidado Bêbado, Harley – Ele diz a sua bela parceira Harley Quinn. – Anote isso, vamos usar no próximo ato.
- Pudimzinho... Esquece o Batman, volta pra cama, vamos brincar mais um pouquinho.
- O que é isso mulher, eu preciso trabalhar... É o pão nosso de cada dia...
- Mas Pudim, você disse que ia passar o dia comigo.
O Coringa fica atônito ao ouvir aquelas palavras... Aquilo o fez lembrar de algo que aconteceu há muito tempo atrás, talvez em outra vida... Ou talvez ele apenas tenha visto aquilo em um filme. Uma bela mulher de cabelos negros e olhos azuis, dizia aquelas mesmas palavras. Ele lembra do local, uma velha casa, bastante humilde. Ele lembra da dificuldade que ele tinha para mantê-los ali. “Mas querida, eu preciso trabalhar”. “Eu sei Jack, mas você prometeu”. “Eu preciso ir. Você sabe, o mundo me espera lá fora. E o dinheiro não vai cair do céu”. “Você me faz rir Jack”.
- Eu sei querida, eu sei...
- O que você disse pudim? – Diz Harley, acordando o lunático de seu transe.
- Nada – O Sorriso atormentador retornou ao rosto dele. Mas algo acabara de despertar em seu interior, algo que ele realmente se esforça em deixar enterrado.
James Gordon entra em seu carro, dirigindo-se para o compromisso com Bruce Wayne. Ele está ajudando Wayne em uma investigação dentro de sua empresa. Wayne combinou que o almoço seria no centro de Gotham no restaurante Falconi’s. Restaurante de uma das mais tradicionais Famílias de Gotham, tradicionais devido ao seu largo envolvimento com a Máfia Siciliana. A muito tempo a policia tenta liga-los a máfia de Gotham, que Comissários anteriores diziam ser inexistente. Gordon sabe que ela existe, assim como qualquer cidadão de Gotham. Mas ainda é impossível ligar eles as acusações.
Ao chegar no Local, Gordon se sente um pouco mal. Os olhares são todos direcionados a ele. Um senhor de idade vestindo um terno rosa, cercado de belas mulheres o olha com extrema curiosidade. O velho cochicha algo com uma bela loira de decote extremamente extravagante, caindo em gargalhadas sobre o comentário. Em uma mesa mais ao fundo, um homem acena para Gordon. É Bruce Wayne. Gordon senta-se a mesa, ainda muito desconfortável.
- Olá Gordon, muito obrigado por ter vindo.
- Eu que agradeço o convite. Me sinto lisonjeado...
- Você está um pouco, tenso... Ou é impressão minha?
- Bom senhor Wayne, é que eu venho tentando incriminar a maioria das pessoas que estão aqui dentro a algum tempo... Acho que não sou bem vindo aqui.
- Me desculpe Gordon – Diz um indignado Bruce Wayne – Se você quiser, nós podemos ir embora... Pena. É um ótimo restaurante.
- Tudo bem, não tem problema. Não me incomodo se ficarmos.
- Obrigado... Você já quer pedir?
- Se o senhor me acompanhar...
- É claro – Wayne acena para o atendente - Vou querer um Espaguete a Carbonara... E você Gordon?
- Eu vou querer um Canelone...
- E para beber? – O Metri pergunta
- Um vinho seria bom, não é Gordon?
- Se o senhor não se importar eu estou em serviço e...
- Não seja tolo Gordon, isso é apenas uma social... Me traga uma garrafa de um Luce Della Vite...
- Senhor Wayne – Gordon interrompe – Eu prefiro uma soda...
- Não me faça essa desfeita Gordon. Por favor.
Depois de algum tempo, Gordon passou as informações que havia obtido. Wayne, não parecia muito atento. O que Gordon não sabe é que não existia nada de suspeito nas empresas, e que aquele almoço era para resolver algo que Gordon e Batman estavam trabalhando desde janeiro do ano passado. Os pratos chegam, todos no local ainda ficam de olho em Gordon e no Ilustre Cliente. Bruce sempre que possível almoçava ali, era figurinha carimbada. Socializou-se com todos. Mas hoje era vitima de olhares indiscretos também. Após a refeição e os dados devidamente apresentados, Wayne convida Gordon a fazer o que ele sempre faz após sua refeição: Ir à cozinha parabenizar o cozinheiro.
- Sabe o que gosto desse restaurante Gordon - diz Wayne enquanto caminha em direção a porta que separa o restaurante da cozinha. Alguns homens no local se exaltam, Gordon percebe – A comida é realmente italiana, o Cozinheiro, Felipo, é um cheff de mão cheia. Tal qual os cantineiros da Itália – Eles vão caminhando cozinha adentro. Algumas pessoas tentam evitar a passagem deles, mas eles continuam. Alguns homens que estavam no restaurante, correm cozinha adentro. Wayne entra na sala de administração, onde o gerente, e os donos do Restaurante resolviam suas coisas, a procura de Felipo. Ao abrir a porta a imagem fez Wayne sorrir por dentro, mas sua cara transparecia espanto: Um carregamento de Cocaína estava na sala. Alguns papelotes sobre a mesa. E dois membros da Família Falcone estavam lá também. Gordon simplesmente não acreditou no que acabara de ver... Os homens ameaçam sacar suas armas, mas Gordon já havia feito.
- Eu não faria isso se eu fosse vocês. Coloquem as armas no chão – Gordon dirige-se a Wayne sem tirar os olhos dos homens que estão na sala – Wayne, ligue para a policia. Explique a situação. Temos um caso grande nas mãos.
Após alguns minutos, 5 viaturas chegam no local, ninguém dentro do restaurante tentou resistir. Eles não eram loucos de complicar a situação ainda mais.
- Wayne, você sabia disso? – Pergunta Gordon
- Claro que não... Meu deus, eu venho financiando a Máfia... Me perdoe Gordon, eu não sabia – Claro que Wayne sabia, ele vinha trabalhando em uma forma de incrimina-los a algum tempo. A muito tempo ele vinha analisando horários, datas, etc.
- Tudo bem Wayne, você fez algo que nem o Batman conseguiu fazer... Você nos deu uma chance Wayne, uma chance de acabar com a Máfia de Gotham...
Continua
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