Flash # 2 – Através do Espelho
Parte 2 - O Relâmpago Divino
Parte 2 - O Relâmpago Divino
Escrito por Daniel Násser
Um raio cortou os céus e nasceu um deus.
No Hospital de Central City um leito se encontra guardado dia e noite por uma jovem repórter. Íris West sabe que Barry pode despertar a qualquer momento e precisa estar ao seu lado, pra que ele não se sinta sozinho, afinal não tem mais família, e seus poucos amigos estão na Delegacia de Polícia, trabalhando. Faz três dias que o encontraram soterrado pelos entulhos de uma parede atingida por um raio. Estava recoberto de produtos químicos que desabaram das estantes que contiveram mais o peso da parede e possuía uma certa aura de energia forte, que aos poucos foi se dissipando. “Efeitos da descarga elétrica, nada grave”, disse o médico. Três dias. Nenhuma piora. Nenhuma melhora. Tudo igual. Isso não parecia ser bom. A respiração de Barry leve de súbito se acelerou e num solavanco se ergueu sob os cotovelos, como se acordasse depois de morrer.
- Barry, Barry – chamou Íris assustada com seu repentino despertar – Calma, estou aqui...
- Onde eu estou? – a respiração ia diminuindo de forma lenta e gradual, e seu peito que antes parecia que ia explodir bateu com menos urgência até normalizar. – O que houve?
- Um... Raio atingiu seu laboratório... Mas agora está tudo bem...
Barry deitou-se novamente e fechou os olhos, tentando lembrar. Só lembrava o clarão... e nada.
Logo abaixo de Central City se estende uma imensa rede de galerias antigas, feitas pelos colonos que iniciaram o povoado para ser uma espécie de prisão, mas que com o tempo só vieram a abrigar uma sub casta de assassinos e ladrões, todos fugitivos da lei, organizados em uma sociedade onde o mais forte é a lei. Estes túneis ficaram conhecidos como a Galeria de Vilões. Evan McCulloch caminha confiante por estes corredores, sabe que nenhum dos marginais escondidos na Galeria tem o mesmo poder de fogo que ele. Ele é especial. Num enorme túnel aparentemente vazio, o Mestre dos Espelhos vê uma figura correr pelas sombras. Ele sorri, desafiador.
- Parado ai, invasor! – uma voz brada das sombras às suas costas – Quem pensa que é para invadir a galeria dos Vilões e sair ileso?
Evan ouve o barulho de armas engatilhando e seus lábios abrem-se num grande sorriso.
- Hora do show! – sussurra para si mesmo.
O Mestre dos Espelhos se mira na imagem refletida na água e desaparece. Todos ficam abismados com o desaparecimento do homem. McCulloch surge então por trás do gripo e desarma dois homens, atirando contra do demais com suas armas. Novamente desaparece no reflexo. O grupo se espalha, amedrontado. Somente Stan, o líder da galeria permanece armado, esperando.
- Brincar com armas não é pra crianças...
Stan se vira lentamente ao sentir o cano gelado da arma na sua nuca. Encara Evan de frente, desafiador.
- O que você quer?
McCulloch sorri.
- O que eu quero? – ele vira os olhos em direção ao teto, como tentasse pensar em algo – Por hora, você morto!
A bala atravessa a garganta de Stan, que cai sem vida no esgoto.
- Bom,agora vamos aos negócios – diz Evan, calmamente – Eu sou o novo líder de vocês. Quem tiver algo contra, termina como ele. Entenderam?
Todos baixaram as cabeças, menearam-nas levemente, sem responder.
- Ótimo. Minha primeira ordem vai ser levar vocês pra cima e por Central City abaixo!
Hospital de Central City. Íris West vai até o estacionamento buscar seu carro para deixar Barry em casa, com expressas recomendações de que ele precisa descansar. De pé, na porta aguardando, Barry sente uma forte corrente elétrica percorrer seu corpo, algo que não consegue controlar, que queima. O que fazer se não correr? E correr ajudou a descarregar a energia que havia nele, pôde perceber. Só não entendia como chegara ao deserto de Nevada...
- Meu Deus... – diz pra si mesmo – O que houve comigo?
Barry olha para seus pés, seus sapatos completamente incinerados na corrida, suas roupas em frangalhos. Que velocidade atingira? Não fazia idéia. Tentou correr novamente, mas não alcançou lugar nenhum e tropeçou em seus sapatos rasgados, caindo com todo corpo no chão quente do deserto.
- O que eu vou fazer? Pensa, Allen....
Barry não conseguia se concentrar em nenhuma questão, além da sede que lhe atormentava. Aproximou-se de um cacto e quebrou uma de suas extremidades, ferindo suas mãos em seus espinhos. Sorveu vorazmente o líquido de seu interior, então sentou-se a sombra daquele e descansou. Ainda não sabia o que fazer.
Os membros da Galeria dos Vilões se preparavam para guerrear contra Central City seguindo um louco desconhecido, pois este os mataria do contrário. Evan se sentia satisfeito, mais que isso, orgulhoso, de seu feito e do que pretendia fazer. Era tudo que sempre quisera: ser lembrado por uma grande obra, não importa se boa ou ruim.
- Parece feliz, Mestre dos Espelhos... – a voz vinha de um canto repleto de sombras e logo o encapuzado se revelou para a luz gélida dos túneis.
- Você... – Evan deu dois passos para trás, em direção a parede – Mas faz muito tempo, não é possível...
- Dezessete anos, McCulloch. Voltei para cobrar minha parte do acordo.
- Quem é você?
- Não importa. Tudo que precisa saber é que seu plano é bom, mas não perfeito. Saque, guerras urbanas, caos. Só isso não basta precisa mostrar a eles seu verdadeiro potencial...
- Como?
O encapuzado estendeu um papel amarelado ao Mestre dos Espelhos, algo que parecia ter sido feito há muito tempo, já contando com seu dom.
- Impossível... – sussurrou ao ver o papel – Eu não posso fazer isso...
- Sim, pode. – o encapuzado riu baixinho – Os espelhos deixe comigo, estarão posicionados nos pontos chave. Você vai dar a esta cidade um show como ela jamais viu...
- Que se dane – resmungou McCulloch para a sua insegurança – Hora do show!
- Isso! – o estranho encapuzado ri, enquanto Evan se afasta e dá ordens aos membros da Galeria para que estejam preparados para a investida. Ai virar-se, o misterioso homem havia sumido.
Barry Allen desperta com o bater de asas dos abutres por perto. Pensa em morrer ali e ser devorado por aqueles carniceiros. De repente seu corpo, agora descansado e saciado da sede, queima novamente, ele se atira numa corrida pelo deserto. “Queria estar em casa”, pensa. Logo alcança seu apartamento. Seus pés inchados, agora quase sem roupas, sente sua pele esfriar.
- Preciso ir ao laboratório, fazer uns testes...
No laboratório, ainda sendo reformado, descobre que o nível elétrico de seu corpo está muito superior a de uma multidão, isso o possibilita mover-se numa velocidade sobre humana, quase divina.
- E agora? Que fazer? Minhas roupas (melhor dizendo, as roupas de ninguém) suporta tal pressão na velocidade em que alcanço...
Barry corre ao computador e vê os projetos de uma vestimenta desenvolvida por militares que resiste a uma velocidade fora do comum, mas ainda não havia sido testada por falta de alguém adequado.
- Lhes farei um favor... – pensou consigo.
Dispara então em direção ao laboratório Vlx de Central City, disposto a testar a roupa por si próprio.
Galeria dos Vilões. Homens e mulheres encontram-se armados para o assalto a cidade sobre eles. Evan sorri ao pensar no caos que sua ordem trará as ruas e as pessoas. Ele adora isso, este poder. Sentir que pode.
- Muito bem – diz ele, voz firme, a todos ao seu redor – Não existem inocentes. Não poupem ninguém lá em cima. Mulheres e crianças também devem ser mortas. Tomem tudo o que puderem deles: dinheiro, jóias, qualquer coisa de valor. Mostrem a Central City quem manda na cidade...Eu!
Continua...
No Hospital de Central City um leito se encontra guardado dia e noite por uma jovem repórter. Íris West sabe que Barry pode despertar a qualquer momento e precisa estar ao seu lado, pra que ele não se sinta sozinho, afinal não tem mais família, e seus poucos amigos estão na Delegacia de Polícia, trabalhando. Faz três dias que o encontraram soterrado pelos entulhos de uma parede atingida por um raio. Estava recoberto de produtos químicos que desabaram das estantes que contiveram mais o peso da parede e possuía uma certa aura de energia forte, que aos poucos foi se dissipando. “Efeitos da descarga elétrica, nada grave”, disse o médico. Três dias. Nenhuma piora. Nenhuma melhora. Tudo igual. Isso não parecia ser bom. A respiração de Barry leve de súbito se acelerou e num solavanco se ergueu sob os cotovelos, como se acordasse depois de morrer.
- Barry, Barry – chamou Íris assustada com seu repentino despertar – Calma, estou aqui...
- Onde eu estou? – a respiração ia diminuindo de forma lenta e gradual, e seu peito que antes parecia que ia explodir bateu com menos urgência até normalizar. – O que houve?
- Um... Raio atingiu seu laboratório... Mas agora está tudo bem...
Barry deitou-se novamente e fechou os olhos, tentando lembrar. Só lembrava o clarão... e nada.
Logo abaixo de Central City se estende uma imensa rede de galerias antigas, feitas pelos colonos que iniciaram o povoado para ser uma espécie de prisão, mas que com o tempo só vieram a abrigar uma sub casta de assassinos e ladrões, todos fugitivos da lei, organizados em uma sociedade onde o mais forte é a lei. Estes túneis ficaram conhecidos como a Galeria de Vilões. Evan McCulloch caminha confiante por estes corredores, sabe que nenhum dos marginais escondidos na Galeria tem o mesmo poder de fogo que ele. Ele é especial. Num enorme túnel aparentemente vazio, o Mestre dos Espelhos vê uma figura correr pelas sombras. Ele sorri, desafiador.
- Parado ai, invasor! – uma voz brada das sombras às suas costas – Quem pensa que é para invadir a galeria dos Vilões e sair ileso?
Evan ouve o barulho de armas engatilhando e seus lábios abrem-se num grande sorriso.
- Hora do show! – sussurra para si mesmo.
O Mestre dos Espelhos se mira na imagem refletida na água e desaparece. Todos ficam abismados com o desaparecimento do homem. McCulloch surge então por trás do gripo e desarma dois homens, atirando contra do demais com suas armas. Novamente desaparece no reflexo. O grupo se espalha, amedrontado. Somente Stan, o líder da galeria permanece armado, esperando.
- Brincar com armas não é pra crianças...
Stan se vira lentamente ao sentir o cano gelado da arma na sua nuca. Encara Evan de frente, desafiador.
- O que você quer?
McCulloch sorri.
- O que eu quero? – ele vira os olhos em direção ao teto, como tentasse pensar em algo – Por hora, você morto!
A bala atravessa a garganta de Stan, que cai sem vida no esgoto.
- Bom,agora vamos aos negócios – diz Evan, calmamente – Eu sou o novo líder de vocês. Quem tiver algo contra, termina como ele. Entenderam?
Todos baixaram as cabeças, menearam-nas levemente, sem responder.
- Ótimo. Minha primeira ordem vai ser levar vocês pra cima e por Central City abaixo!
Hospital de Central City. Íris West vai até o estacionamento buscar seu carro para deixar Barry em casa, com expressas recomendações de que ele precisa descansar. De pé, na porta aguardando, Barry sente uma forte corrente elétrica percorrer seu corpo, algo que não consegue controlar, que queima. O que fazer se não correr? E correr ajudou a descarregar a energia que havia nele, pôde perceber. Só não entendia como chegara ao deserto de Nevada...
- Meu Deus... – diz pra si mesmo – O que houve comigo?
Barry olha para seus pés, seus sapatos completamente incinerados na corrida, suas roupas em frangalhos. Que velocidade atingira? Não fazia idéia. Tentou correr novamente, mas não alcançou lugar nenhum e tropeçou em seus sapatos rasgados, caindo com todo corpo no chão quente do deserto.
- O que eu vou fazer? Pensa, Allen....
Barry não conseguia se concentrar em nenhuma questão, além da sede que lhe atormentava. Aproximou-se de um cacto e quebrou uma de suas extremidades, ferindo suas mãos em seus espinhos. Sorveu vorazmente o líquido de seu interior, então sentou-se a sombra daquele e descansou. Ainda não sabia o que fazer.
Os membros da Galeria dos Vilões se preparavam para guerrear contra Central City seguindo um louco desconhecido, pois este os mataria do contrário. Evan se sentia satisfeito, mais que isso, orgulhoso, de seu feito e do que pretendia fazer. Era tudo que sempre quisera: ser lembrado por uma grande obra, não importa se boa ou ruim.
- Parece feliz, Mestre dos Espelhos... – a voz vinha de um canto repleto de sombras e logo o encapuzado se revelou para a luz gélida dos túneis.
- Você... – Evan deu dois passos para trás, em direção a parede – Mas faz muito tempo, não é possível...
- Dezessete anos, McCulloch. Voltei para cobrar minha parte do acordo.
- Quem é você?
- Não importa. Tudo que precisa saber é que seu plano é bom, mas não perfeito. Saque, guerras urbanas, caos. Só isso não basta precisa mostrar a eles seu verdadeiro potencial...
- Como?
O encapuzado estendeu um papel amarelado ao Mestre dos Espelhos, algo que parecia ter sido feito há muito tempo, já contando com seu dom.
- Impossível... – sussurrou ao ver o papel – Eu não posso fazer isso...
- Sim, pode. – o encapuzado riu baixinho – Os espelhos deixe comigo, estarão posicionados nos pontos chave. Você vai dar a esta cidade um show como ela jamais viu...
- Que se dane – resmungou McCulloch para a sua insegurança – Hora do show!
- Isso! – o estranho encapuzado ri, enquanto Evan se afasta e dá ordens aos membros da Galeria para que estejam preparados para a investida. Ai virar-se, o misterioso homem havia sumido.
Barry Allen desperta com o bater de asas dos abutres por perto. Pensa em morrer ali e ser devorado por aqueles carniceiros. De repente seu corpo, agora descansado e saciado da sede, queima novamente, ele se atira numa corrida pelo deserto. “Queria estar em casa”, pensa. Logo alcança seu apartamento. Seus pés inchados, agora quase sem roupas, sente sua pele esfriar.
- Preciso ir ao laboratório, fazer uns testes...
No laboratório, ainda sendo reformado, descobre que o nível elétrico de seu corpo está muito superior a de uma multidão, isso o possibilita mover-se numa velocidade sobre humana, quase divina.
- E agora? Que fazer? Minhas roupas (melhor dizendo, as roupas de ninguém) suporta tal pressão na velocidade em que alcanço...
Barry corre ao computador e vê os projetos de uma vestimenta desenvolvida por militares que resiste a uma velocidade fora do comum, mas ainda não havia sido testada por falta de alguém adequado.
- Lhes farei um favor... – pensou consigo.
Dispara então em direção ao laboratório Vlx de Central City, disposto a testar a roupa por si próprio.
Galeria dos Vilões. Homens e mulheres encontram-se armados para o assalto a cidade sobre eles. Evan sorri ao pensar no caos que sua ordem trará as ruas e as pessoas. Ele adora isso, este poder. Sentir que pode.
- Muito bem – diz ele, voz firme, a todos ao seu redor – Não existem inocentes. Não poupem ninguém lá em cima. Mulheres e crianças também devem ser mortas. Tomem tudo o que puderem deles: dinheiro, jóias, qualquer coisa de valor. Mostrem a Central City quem manda na cidade...Eu!
Continua...
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