Páginas

sábado, 2 de abril de 2011

Superman #2


Superman #2 - Inimigo meu...
Parte 1 - Pesadelo

Escrito por Luiz Finatti
 
"- John, continuamos ao vivo acompanhando há mais de quarenta minutos o incêndio no Hospital do Câncer de Metrópoles, na  zona oeste da cidade. As chamas se espalharam para mais de seis andares, e os bombeiros estão com dificuldades de entrar no local. Como é possível  observar, os vigilantes da cidade estão ajudando os oficiais a resgatar os pacientes.  Mas infelizmente o Superman ainda não apareceu para nos ajudar.

- Mirian, segundo nosso correspondente em Mumbai, Superman ainda está no socorro as vitimas do acidente de hoje de manhã no metro de lá, os números mais recentes que chegam até nós é de 18 mortos. Se não fosse a ação rápida e precisa do nosso Homem de Aço, o número de vítimas fatais chegaria à casa das centenas. 

- John, aqui de cima no helicóptero posso ver a chegada de mais um vigilante... Parece ser o Metroman! Ele é um dos novos vigilantes que surgiram nas últimas semanas, e vem arrancando elogios dos policiais e da população pelo seu... “eficiente trabalho”. Ele conversa com alguns bombeiros, e vejam só, ele dá um salto, conseguindo chegar ao quinto andar, que está em chamas! Raio Negro e Gangbuster saem agora do prédio trazendo mais pacientes.  Metroman agora aparece numa das janelas do sexto andar, e ele parece segurando cinco crianças, e ele salta para fora... e uau! Ele pouco antes de pousar, ele jogou levemente as crianças ao alto. O pouso dele causa um impacto no chão, que poderia machucar os garotos. O herói consegue pegar as crianças tranquilamente, e as coloca no chão com segurança. Vejam só, elas abraçam Metroman, e ele salta novamente para o prédio e continua resgatando mais crianças presas. John, na falta do Superman, Metrópoles pode contar com o Metroman! É com você ai no estúdio, John! "

*
Já de noite, horas após o fim do incêndio no hospital, Rampage, Ganbuster, Raio Negro e Superman se encontram num galpão abandonado, um pequeno e secreto QG. 

- Você fez falta, Azulão... A coisa tava feia lá, e o loirão resolveu a parada melhor que nós 3 juntos. – Diz Gangbuster enquanto retira seu capacete.

- Ele tem conseguido a simpatia do povo... Sei lá, quando a gente começou com isso, ninguém confiava na gente. Até nós conseguirmos a confiança dos cidadãos, da polícia, a gente deu um duro, trabalhamos muito. E esse cara, só por que é louro, tem cara de galã agora virou o mister fodão da cidade.

- Jeff, para com isso ! Nós trabalhamos duro para “quebrar esse gelo” com o povo, é claro que tudo ficará mais fácil para os novos vigilantes que chegarem, como ele. No que ele difere do azulão? Ambos são fodões e simpáticos e ...

- Obrigado pelas “palavras”, Rampage, mas essa questão de confiança é muito difícil. Vocês lembram, no começo as autoridades chinesas me ameaçavam quando eu sobrevoava seu espaço aéreo, houve até problemas na diplomacia da China com nosso país. Mas hoje, o acidente foi de uma proporção tão grande, que eles não tinham a quem recorrer. Vi o desespero na face deles, mas hoje também vi o agradecimento. Alguns policiais e o exercito estavam lá, e alguns deles me agradeceram, apesar da cara feia de alguns. Nós ganhamos a confiança do povo com o tempo. É importante que eles acreditem no nosso trabalho. Ei, estão falando do incêndio! Jeff, aumenta o volume!

Raio Negro se concentra, algumas faíscas saltam de seus olhos, e o volume da tevê é aumentado no mesmo instante. – Sabiam que já inventaram o controle remoto?

- Mas quando se tem um controle remoto humano, é mais legal! – Rampage brinca.

O Doutor Garrison Slate, diretor geral do hospital, estava em estado de choque durante o incêndio. Funcionários próximos a eles disseram que ele agia de modo estranho nos últimos dias. 

- Não é possível! Ele não seria capaz de fazer isso com toda essa gente! – O doutor grita enquanto é atendido pelos bombeiros.

- Você sabe quem foi o responsável pelo incêndio? - Pergunta uma reporter.

- Eu sei, todos sabem! Foi L... – Um enfermeiro grande tapa a boca do doutor enquanto aplica uma injeção que faz o homem amansar na hora.

A imagem na tela volta para o apresentador do telejornal – E acaba de chegar novas informações. O Doutor Garrison Slate acaba de ser preso. Segundo a delegada Maggie Sawyer, o sistema de câmeras, que havia sido instalado há algumas semanas pela LexCorp, registrou Slate mexendo na caixa de força, minutos  antes do incêndio começar. 

- Não sabemos a motivação do crime, e ele está bem alterado agora, iremos interroga-lo  e logo encaminhar o caso pros tribunais. – Diz Maggie para os jornalistas.

- LexCorp. - Essa palavra parece ter incomodado bastante Superman. Ele franze a testa, se mostrando irritado.

- Acha que tem o dedo do seu amigo nesse caso, Super?

- Eu tenho certeza.
 *

É noite. Bem tarde por sinal. E cá estou eu, Raio Negro, no cais de Pellsburg, na zona sul. Construído há mais de 80 anos, esse lugar é semi abandonado, não comporta todas as embarcações que chegam pra cá. Mas ainda sim, alguns barquinhos com cargas especiais o suficiente para não serem passadas pela alfandega chegam por Metrópoles aqui. Recebi informações que um comboio especial de armamento pesado vindo da China chega hoje, para abastecer a Intergangue. Desde a chegada do Superman os bandidos daqui ficaram espertos e mais bem equipados. O azulão é superpoderoso, mas tem um planeta inteiro pra tomar conta. E pra tomar conta da cidade é que eu e meus companheiros tomamos como missão. 

A embarcação chega ao local. Os homens se movimentam para receber a carga, deixando minha entrada mais fácil. Esses poderes são difíceis de controlar, queria poder entender como eu consigo fazer essas coisas. Mas preciso me concentrar, é hora do trabalho. 

Eu olho para o céu. Há algumas nuvens. Concentração, Jeff... Luzes começam a surgir do alto, e um forte trovão atinge a terra firme, alguns metros de distancia do barco e dos bandidos. O impacto é forte, e todos sentem parte da descarga, ficando desnorteados, mas pra mim, é como se eu fosse uma pilha recarregável, me sinto melhor, mas também me sinto mais poderoso, e logo terei que descarregar essa energia. Vou correndo até o barco, e  desarmando cada capanga pelo caminho. Meus golpes não tem muita precisão, mas o estado em que esses bandidos se encontravam, eu posso dizer que estou em vantagem.  Confiro uma das várias caixas de madeira, e ai está:  várias metralhadoras e granadas. E deve ter muitos outros brinquedinhos. Acho que vou virar esse barquinho e... 

- Acho que você está no lugar errado e na hora errada, amigo. – Diz um homem alto e forte, vestindo um sobretudo preto, com um capuz cobrindo o rosto. 

- Ah é? Por que, essas coisinhas aqui são suas é? Cai fora, se não quiser sentir como é botar um dedo na tomada!

O cara avança saltando sobre o barco, que balança muito quando ele pousa. Ele me agarra pelo pescoço, e me lança contra um container. Meu deus! Que dor, devo ter quebrado alguma coisa nas minhas costas. Ele me levanta, e me dá alguns chutes... Sinto cada vez mais os golpes ficarem mais fortes, e antes que eu desmaie ou algo pior aconteça solto de uma vez só toda aquela energia que tinha absorvido do trovão. Estou muito zonzo, e só vejo uma luz forte por todo o lugar. Sinto que toda a carga estava atingindo um alvo, e libero todas as forças que eu tenho nesse golpe... E caio ao chão, exaurido. Minha visão fica mais turva, mas ainda vejo-o em pé, mas ele corre de moro estranho para fora do lugar... Ei, ele bem que podia chamar a amb...
*
São 6:36. A noite foi longa. Com ajuda do Gangbuster, conseguimos colocar Jefferson num hospital. Infelizmente, ele ficará por lá por um tempo. Ele fez o que era possível, mas havia alguém com grande nível de força, capaz de fazer hematomas tão graves. Tenho que ficar mais atento. Não posso permitir que outros vigilantes venham a sofrer nas mãos desses bandidos. Deus sabe o que poderia fazer se acontecesse algo pior com Raio Negro.

Daqui do alto, num alto mais alto que os arranhas céus, a brisa fria do amanhecer é reconfortante. Poderia ficar flutuando entre as nuvens por um bom tempo... Tentando relaxar após todo esse stress. Talvez mais tarde, devo concentrar meu foco agora.

Sinto minha cabeça meio estranha de repente. Uma dor, tontura... Pensamentos desorientados... A confusão é tanta que demoro a perceber  que  estou em queda livre. Faço o máximo de esforço, até minha queda ir gradualmente desacelerando.  Mesmo assim a queda é inevitável, e apenas uma cratera de asfalto se forma ao meu redor... Nada que minha visão de calor não possa concertar mais tarde. Levanto-me do chão,  e vejo um gorila de mais de 50 metros atacando a cidade. Seja o que for aquilo, de onde ele tenha vindo tenho que detê-lo. 

Voo rapidamente, acertando o rosto do animal. Sinto destroços de concreto e vidro quando eu o acerto, mas ele apenas ruge em resposta.  Desfiro mais socos na face e no peito do animal, tomando cuidado para que ele não caia sobre os prédios, embora toda a cidade esteja meio que girando, e os prédios parecem se moverem. O animal tenta me agarrar com as mãos, mas fico parado no ar e atinjo a testa do animal com a rajada de calor vinda de meus olhos.  Ele ruge de dor, e decide correr em direção a baia de Metrópoles. 
Vou em direção ao animal novamente, e vendo que a rua a minha frente está vazia,  pego o pé do gorila gigante e puxo para frente, fazendo ele cair na rua. Ouço gritos de terror e socorro, mas não vejo ninguém ferido ou precisando de ajuda. Sinto minhas mãos secas, como se houvesse poeira, mas vejo Metrópoles intacta, os prédios estão inteiros e com seus vidros brilhando como normal. Sinto meu coração acelerar mais que o normal. A desorientação me toma novamente.

Vejo o animal desmaiado. Algo em seu peito começa a pular, tentar sair. A pele do animal se desfaz. Começo a me preocupar quando Lex Luthor sai de dentro do animal, ajeitando seu terno de modo costumeiro. 

- Ei Super... Lembra quando eu te disse que um dia eu iria acabar com você, com tudo que supostamente representa a essas pessoas... Esse  dia chegou. Olhe a sua volta. Você é um monstro de poder incontrolável. 

Não... Não é possível. Minha dor de cabeça desaparece, a medida que o gorila e Luthor também. Toda minha visão voltar a ver a realidade a minha volta, embora isso deva ser um pesadelo: Dezenas de prédios parcialmente destruídos, com vidros estraçalhados,  e destroços por todas as partes. A poeira que eu podia sentir, mas não a via, se espalha por quarteirões. Era de um prédio que havia acabado de cair. Eu fui o responsável por isso. 

Isso é um pesadelo... Feito por Luthor. Ele me derrotou.

[A vida do Homem de Aço vai mudar... Pra pior! Não perca a próxima edição!]

Nenhum comentário:

Postar um comentário