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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Novos TItãs #4

 


 Novos Titãs # 4 – Contos de Terror
Capítulo 4 – A Feiticeira de Greenwich Village

Escrito por Daniel Násser

*

O caos continua tomando conta de Nova Iorque, e os nossos jovens heróis começam a se unir para derrotar a Rainha das Fábulas! Como a ilustre presença da Madame Xanadu irá ajudar os Novos Titãs a derrotarem a vilã? Acompanhe!



Um espaço iluminado pela chama bruxuleante de velas e repleto de símbolos mágicos, livros de feitiços e armas antigas se esconde no coração de Greenwich Village. Uma mulher sentada de fronte a uma mesa a observar as cartas de um tarô muito antigo na penumbra e a franzir a testa, como se o que visse ali a preocupasse muito.

- Ela já sabe que eles estão aqui... – sussurrou pra si. Fez um gesto com a mão e todas as cartas juntaram-se num único monte. – Edward, por favor...

Aproximou-se dela um jovem coberto por um capuz surrado, trazendo em suas mãos muitos livros de magia.

- Sim, Madame Xanadu? – ao falar saiam de seus lábios pequenos vapores e um brilho de chama escapava, e o tom avermelhado de sua pele se tornou visível. Era sem dúvida uma criatura sobrenatural.

- Está na hora de ir buscar o rapaz, o viajante do tempo... – ela para um instante, encarando o vazio – Ela já sabe que estão aqui. Já abriu os portões do reino negro e de lá nada de bom pode sair. Os outros chegaram aqui em breve. Cuidado, Edward Bloomberg. O mal é denso como um véu e se espalha nesta ilha.

A porta bate e o sino que anuncia chegadas e partidas soa, uma melodia grave no ar e Edward se foi. Madame Xanadu estende as cartas sem tocá-las sobre a mesa e crispa os lábios.

- Os ventos da mudança começam a soprar...



Broadway – Nova York.


Superboy sobrevoa a área para que não sejam surpreendidos por algo que se aproxime de forma furtiva. Robin tenta inutilmente entrar em contato com o mundo exterior. E o Besouro Azul sente que um tipo de energia nunca antes sentida tenta se apossar do escaravelho.


- Um desastre – diz Robin, arremessando seu comunicador longe – É isso que esta missão é. Perdemos a garota antes mesmo de entrar. Nenhum tipo de tecnologia funciona neste lugar... E vc, Besouro? Consegue se comunicar com o mundo lá fora?

- Não. Só recebo interferências de ondas de radio de diversas épocas, aqui é um ponto cego. Viu alguma coisa, Superboy?

- Nem sinal da moça. A cidade parece um caos.

- valeu por constatar o óbvio. – diz Robin, secamente – Temos que traçar um plano para...

Um grande estrondo faz o chão inteiro tremer.

- Que é isso? – o Jaime se vira para os lados, em busca da fonte de tal barulho.

- Deve ser uma explosão...

- Silencio. – Superboy interrompe Tim, que não se agrada de receber tais ordens – Temos que sair daqui.

- Cara,quem você pensa que...

- Agora, Robin.

Neste instante, gigantescas figuras de pedra surgem de todos os lados e investem contra os jovens heróis. Eles tentam se defender, mais parece que nada ali está a favor deles. De súbito a terra treme e engole um dos gigantes, se fechando logo em seguida e o céu se escurece, as nuvens se partem e um raio faz um dos monólitos vivos em pedaços. Surgem dois jovens nas ruas. Todos se mantém a distância por um momento, até que surge mais um gigante e do nada investe contar Robin. Tim não tem um tempo de reação, mas a estatua se desfaz ante um golpe do Superboy.

- Obrigado. – diz Robin – Não estou acostumado a ser salvo.

- E nem acostumado a salvar ninguém. – responde Superboy, sorrindo.

- Ei, vocês ai... – grita o Besouro Azul para os jovens a distância – quem são?

- Eu sou Brion Markov e esta é Sarah...

- Sarah Rainmaker.

- Estamos perdidos aqui também.

- São super humanos, pelo que pude ver... – diz Robin, cauteloso. – Vamos precisar de toda ajuda possível aqui. Podem ajudar?

Os dois meneiam a cabeça num gesto afirmativo.

- O que temos que fazer? – Sarah questiona, olhando em volta as carcaças dos monólitos gigantes.

Mas antes que Robin possa responder pequenas criaturas, como borboletas, aproximam-se e seu riso límpido é logo ouvido. Fazem voltas no ar e exibem suas belas formas.

- Que diabos é isso? – diz Geoforça, surpreso com a aparição.

O Superboy analisa as criaturas com sua visão e sorri, pois não tem uma resposta precisa.

– Pequenas mulheres voadoras...

- Fadas. – diz Robin, tentando se aproximar – Quem são vocês? O que querem?

As pequenas criaturas riem e fazem gestos para que sejam seguidas.

- Parados não iremos a lugar algum... – diz o Besouro, vendo indecisão em Robin.

- Segui-las parece ser nossa única opção, garoto-prodígio... – Granizo sorri ao ver as feições de Robin por baixo da máscara se contorcerem a menção de seu “outro codinome” e todos passam a seguir as diminutas fadas, mas durante todo caminho Robin não para de sussurrar pra si:

- Eu odeio magia...



Central Park – Nova York


Manto Negro caminha às cegas pelas floresta agora sombria do central park, observando corvos sobre os galhos e pequenos insetos peçonhentos nos arbustos.


- É... definitivamente esta não é a Nova York dos meus sonhos... Como eu vou sair daqui?

Logo a sua frente escuta uns sons de batalha e ouve gritos. Aproxima-se em silêncio e observa uma cena grotesca: diversas crianças presas em jaulas e carregadas para fora da floresta espessa. Amarrado a uma árvore um garoto grita e se debate e desacordada mais adianta encontra-se uma jovem.

- Ai, droga... – sussurra Todd – E agora? Vou ter que tirar estes dois daqui...

A forma sombria de Todd se esgueira por entre as árvores e se aproxima primeiro da jovem desacordada. Ele bate levemente em seu rosto tentando acordá-la, mas não parece possível. Aproxima-se do rapaz e sussurra em seu ouvido:

- Não diga nada. – o rapaz para de se debater neste instante e começa a prestar atenção – Vou te soltar. O que houve com a moça?

- O mesmo que comigo. – responde ele, a voz meio embargada – Fomos dopados depois de comermos pequenas frutas vermelhas num jardim. Esta droga me impede de correr sem bater num muro e virar purê.

- Correr? Você tem poderes também?

- Sim, e a “moça maravilha” ali também, chegou voando... Mas tá drogada há mais tempo que eu, por isso ta inconsciente. E meu metabolismo é bem acelerado e tenta se livrar d droga, embora ela se multiplique como uma praga...

Todd parte as cordas que seguram o rapaz e ele desaba sobre as próprias pernas. Aproximam-se da moça pra soltá-la, mas neste instante são atacados por uma orda grotescos anões.

- E agora? – pergunta o rapaz a Todd.

- Agora a gente improvisa.

Neste instante Rice estendeu seu manto negro sobre os três, levando-os pra fora da floresta.

- Uau, cara. Foi demais! – diz o rapaz, mais consciente – Eu sou Bart Allen.

- E eu... coff – a moça tenta se erguer, pois começara a recobrar sua lucidez ao deixarem o local profano na floresta – eu sou Cassie.

- Como eu desconfiava... Parte do efeito da droga dependia daquele lugar para existir. – diz Todd, pensativo – Acho que não haverá problema algum na desintoxicação de vocês agora. Eu sou Todd Rice e acho que consegui nos trazer pra bem longe do Central Park. Estamos em Greenwich Village.

- Isso mesmo. – disse uma voz vinda do interior de um prédio escuro – Vocês chegaram. Entrem e descansem, ainda temos que aguardar os outros.

Todd transformou-se em sombra de novo, temeroso de um novo ataque e encarou o lugar, mas tudo que viu foi uma mulher sentada a uma mesa lendo as cartas de um tarô.

- Não tema, Manto Negro. – disse ela – Eu o guiei até aqui para que nada lhes acontecesse. Eu sou Madame Xanadu.



Soho – Nova York.


Jackson Hyde não sabe o que aconteceu a Nova York, mas seu estado de abandono total é incrível. Carros, ruas, prédios. Tudo deixado ao abandono. Como encontraria respostas aqui? Senta-se próximo a uma antiga fonte e olha a água fixamente. Isso sempre o tranqüilizou.


- Que resposta eu vou encontrar aqui? – suspira, olhando a plácida água. Então surge do nada um grande estrondo que cria ondas que se expandem pela superfície outrora calma da água. – Que é isso?

E eis que surge sua resposta: gigantes deformados enfrentam dois jovens, que com toda sua fúria reagem para não ser massacrados. Os jovens não parecem normais: um é muito pálido e utiliza um bastão e feitiços para enfrentá-los e o outro é esverdeado e se transforma em diversas feras. Jackson não sabe por que, mas precisa ajudá-los. Concentra-se e toda água da fonte transforma-se num turbilhão que arremessa longe as criaturas e deixa os jovens sem saber o que houve.

- Quem são vocês? – pergunta Hyde,s e aproximando. O garoto mais pálido recua, sem saber muito bem o que fazer.

- Não esquenta, Klarion. Ele salvou nossas vidas. – diz o garoto esverdeado, agora sorridente – Eu sou Gar Logan e este rapazinho emburrado se chama Klarion.

- E você, quem é? – indaga Klarion, modos grosseiros – Atlante? Feiticeiro? Que magia foi aquela?

- Eu sou Jackson Hyde. Nenhuma das opções ditas... Eu estou aqui para descobrir de onde vem minhas habilidades.

- Interessante... - sussurra o menino bruxo – então, pode nos acompanhar a tenda da bruxa.

- Bruxa? – indagou Hyde, parando um pouco.

- Você vem ou prefere ficar a mercê do que aparecer? – Klarion tinha um sorriso maldoso nos lábios.

Então, esquecendo suas hesitações, todos seguiram.



Brooklyn – Nova York.


Metal retorcido por toda parte era tudo que a fúria de Cósmico deixara. Agora estava ele, ao chão, sem saber o que fazer de sua jornada, e pior, sem saber qual seria ela.


- Perdido... – sussurrou pra si mesmo – Estou tão longe de casa, que ninguém pode me ajudar...

Cósmico ergue seus olhos por um instante e vê uma figura demoníaca surgir a sua frente. Fitou a figura de cornos brilhantes e olhos dourados, a bafejar brasa e chama pelas narinas, como um dragão surgido do inferno. Ergueu a mão e o metal se movimentou, as esperou o ataque.

- Calma, Brinn. – disse Edward Bloomberg, estendo a mão – Você está seguro por hora. Venha comigo. Eu sou Eddie e vim aqui pra te guiar pra longe desta doideira e para, juntos, vermos como é possível acabar com o reinado da Rainha das Fábulas.



Greenwich Village – Nova York


O sino de metal soa novamente. Edward Bloomberg entra na sala iluminada por velas acompanhado do legionário e vê que todos os outros já estão presentes. Robin parece muito pouco à vontade naquele ambiente, enquanto Klarion anda pelos objetos bastante curioso. Cassie parece refeita do envenenamento e conversa com os outros, tentando se ambientar. Todos se olham curiosos, sem saber que força poderia tê-los juntado ali.


- Enfim, parece que o ciclo vai se fechar... – Madame Xanadu sorri – Os ventos do destino os trouxeram até mim. Guiados por fadas, por sombras ou pela minha magia, todos vocês foram trazidos aqui para serem o que precisam ser. A queda da rainha das fábulas se aproxima e vocês são seus algozes. Agora, deixem-me lhes contar uma estória...



Continua.



Um comentário:

  1. Gostei do conceito básico desta historia de subverter a origem clássica dos Novos Titãs em que eles foram reunidos por Ravena e mudar este conceito fazendo com que uma inimiga não tão popular da DC Comics a Rainha das Fabulas se tornasse uma ameaça terrível capaz de unir tantos super-jovens diferentes com o propósito predestinado de derrota-la . Gostei também da escolha da equipe que ficou muito legal . Gostaria de ver também Bebê Gnu/Baby Wildebeest , Cyborg/Victor Stone , Pantha , Estelar , Beast Boy / Rapaz Fera / Mutano , Kid Flash/Bart Allen , Jade , Jericó , Devastadora / Rose Wilson mas bem oportunidades deles aparecerem não faltarão enfim ótima historia

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