Páginas

domingo, 14 de agosto de 2011

S.O.M.B.R.A #2

 

 S.O.M.B.R.A #2 – Alice Vs. Dagon 

Escrito por W. Lopes


Galpão 12 - Kips Bay - NY - Noite

Dagon tinha seguido uma pista quente da localização da Lança do Destino. Ao chegar encontrou as pessoas que deveria enfrentar previamente derrotadas por uma mulher que estava ali no meio do galpão com a Lança na mão. O nome dela era Alice Ward.

- Olá Dagon. -- disse Alice com a Lança na mão. -- Acho que veio atrás disso.
- Então sabe quem sou. – Dagon disse usando sua voz soturna e intimidadora. – E sabe o que quero. – Fez uma pausa dramática. – Está pronta para morrer?
- Desde que nasci. – Alice respondeu desafiadora.

Dagon ficou encarando aquela mulher. Como uma simples humana podia estar ali, tão imponente, frente a frente com ele, um vampiro de alto nível? Alice interrompeu seus pensamentos.

- Vocês vêem a Lança do Destino como o artefato poderoso que ela realmente é, entretanto esquecem de considerar uma coisa... – disse ela girando a Lança sobre a cabeça e entrando em posição de combate. -- ...ainda é uma Lança.

Agora era oficial, ela estava mesmo desafiando-o e ele estava disposto a aceitar o desafio.

- Acha mesmo que pode me vencer, humana? – O vampiro tentou assumir uma postura ameaçadora.
- O que mais me preocupa é sua regeneração. – Alice disse com uma calma constrangedora. – Mas acho que a magia da Lança cuidará bem disso.
- NÃO ME FAÇA RIR! – Dagon vociferou.
- Vou te fazer chorar. – Alice sorriu. – Está com medo da Lança? Por que não atacou ainda?

Dagon possuía todo um arsenal de magias para utilizar, mas não podia deixar uma mortal de corpo frágil insulta-lo assim. O orgulho é o “Calcanhar de Aquiles” da maioria dos vampiros e Alice sabia disso.

Dagon avançou.

*****
Quartel general da S.O.M.B.R.A – Algum lugar no subsolo de Nova York.

O Cérebro, analista de operações, analista técnico e analista de tecnologia da S.O.M.B.R.A, apenas 18 anos, sem dúvida a pessoa mais inteligente da organização. Tomou um longo gole de café sem perder a atenção dos monitores à sua frente.

Em pé, a seu lado, o Pai Tempo, ex-agente da CIA, um líder nato e a mente suja e maquiavélica por trás da criação da S.O.M.B.R.A., provavelmente o único que conhece a verdadeira identidade do Cérebro.

- Equipe Bravo pronta. – Veio uma voz de um alto falante frontal.
- Equipe Charlie pronta. -- Veio em seguida.

Pai Tempo e o Cérebro se entreolharam.

- Pai Tempo para Bravo e Charlie, invadir. Repetindo, invadir.
*****
Dagon avançou rápido e firme em um golpe frontal. Alice abriu um discreto sorriso no canto da boca e atacou. O alcance da Lança, somada à habilidade dela, era fenomenal, ela desferiu um golpe forte, rápido e preciso, seria facilmente um golpe fatal, mas não para um vampiro. Dagon desviou com facilidade, entrou na área da Lança e atacou com suas garras afiadas, Alice, num movimento rápido, mudou de base bloqueando o golpe com a haste da Lança, sentiu o forte impacto do golpe nos antebraços, mas não deixou que isso transparecesse.

- Não me impressionou nada. – Alice disse com um desdém afiado.

Dagon tentou dois golpes curtos, mas Alice desviou de ambos com facilidade. Após o segundo golpe, o vampiro conseguiu um pouco de espaço para realizar um ataque poderoso. Alice, com seus olhos treinados, analisou toda a estrutura do golpe em questão de segundos, capturou toda a potência do golpe e a reutilizou contra o atacante pegando-o em um “balão” e arremessando-o longe. No entanto Dagon conseguiu girar no ar e cair de pé, com um pouco de graça e muita raiva.

Venha. – Alice voltou à sua posição de defesa física e de ataque psicológico. – Não tenho a noite toda.

*****
Em dois lugares distintos de Manhattan, duas portas estrategicamente reforçadas são arrombadas ao mesmo tempo, com total descrição, sem acionar nenhum alarme.
A Equipe Bravo adentrou num galpão escuro, agora iluminado apenas pelas lanternas presas aos rifles de assalto. Longe dali a Equipe Charlie adentrava um corredor branco, bem iluminado e com uma porta igualmente reforçada logo à frente.

- Parece um galpão comum. – B1 reportou. – Exceto pela porta reforçada.
- Corredor branco. – C1 reportou. – Mais uma porta à reforçada à frente.

No último ano, empresas de fachada de vários grupos diretamente ligados ao crime organizado importaram maquinário científico pesado. Considerando o tipo de equipamento, os “inexplicáveis” abandonos de cargos de alguns cientistas em todo território nacional e a não redução do nível de vida dos mesmos, Cérebro e o Pai Tempo deduziram, sem muita dificuldade, que um laboratório de armas biológicas estava sendo montado. O FBI estava de mãos atadas enquanto um crime não fosse oficialmente cometido e a CIA não podia se envolver sem estragar anos de investigação, foi aí que entrou a S.O.M.B.R.A, uma agência governamental da qual pouquíssimas pessoas já ouviram falar. Um mês de investigação e alta espionagem ilegal levaram a duas pistas quentes, dois locais em Nova York que seriam os possíveis locais para o laboratório, e era nesses dois lugares que as equipes Bravo e Charlie estavam.

- Bravo. Esse local pode ter sido abandonado, ou pode haver uma entrada secreta, vasculhem com cuidado. – Cérebro instruiu pelo comunicador. – Charlie. Vejam se têm furos nas laterais, próximos ao teto. Pode ser um corredor de descontaminação.

- Entendido. – Respondeu B1.
- Verificando. – Respondeu C1. – Sim Cérebro. Existem esses tais furinhos que você falou.
- Ok. – O Cérebro respondeu. – Muito cuidado ao abrir a próxima porta, ela deve permanecer inteira, pode ser a única proteção do exterior contra o que quer que tenha aí dentro. Prossigam.
- Entendido.

*****
Dagon deslizou pouco acima do solo avançando mais rápido que as outras vezes. Alice o atacou, mas dessa vez ele não desviou simplesmente, ele desapareceu no ar deixando um pouco de fumaça para trás, de forma que nenhum fantasma pudesse botar defeito.

- Agora! – o Cérebro gritou pelo comunicador de Alice.

Alice retornou a Lança e fez um giro de 360º sobre a cabeça, começando pelas costas. Não havia ninguém atrás dela para ser atingido, mas graças ao “Captador de Freqüência de Teletransporte” criado pelo Cérebro, assim que Dagon materializou-se novamente atrás de Alice viu-se alvejado pela Lança e não teve outra escolha a não ser teleportar-se novamente. A Lança do destino continuou seu trajeto circular, e assim que Dagon voltou para o mundo físico na frente da mortal, que se mostrava cada vez mais difícil de derrotar, percebeu que mais uma vez a Lança vinha em sua direção, não conseguiria se transportar novamente e foi obrigado a bloquear o golpe com o antebraço. A lâmina lateral da Lança encravou no braço do vampiro fazendo um corte profundo, Alice puxou a Lança novamente rasgando-o ainda mais e voltando para a posição.

O braço do vampiro tentou se regenerar, mas a magia da Lança o impediu. Para aquela Lança lendária e poderosa ele era apenas um mortal.

*****
- Nada ainda. – Reportou a B1.
- Entramos. – Reportou C1. – Mais um corredor.

A Equipe Charlie entrou num corredor igualmente branco, impecável.

- Cérebro para Charlie, se tiver cabos na parede sigam, achem os computadores e sejam discretos, rendam quem aparecer.

*****
Vampiros armazenam poder, se alimentando de sangue. Quanto mais poder é usado, mais vítimas são necessárias para repor, e se o poder acaba o vampiro deixa de existir. Dagon se preparou para gastar uma grande quantidade de poder naquele momento, havia subestimado sua adversária e sofrido as conseqüências, mas agora estava pronto para lutar de verdade. E avançou.

Alice sentiu a energia emanando do vampiro e entendeu a que ponto tinha chegado, não podia se atrever a brincar, não podia se atrever a errar, tudo tinha que ser calculado. Ela o atacou.

Dagon desviou do primeiro golpe sabendo que viriam outros, um segundo golpe mais rápido e mais curto, desviou com menos facilidade, chegou perto o suficiente para evitar a Lança, mas acabou levando um soco no nariz. Não sentiu nada e atacou, errou, atacou novamente ainda mais rápido e acertou de raspão, tentou um terceiro ataque, mas Alice se esquivou saltando para longe e caindo em um rolamento.

Dagon deslizou veloz e ferozmente na direção de Alice, o vampiro estava confiante, ela não tinha condições de atacar com a Lança e nem estava de pé numa posição de combate de fato, ele estava usando a cabeça e estava dando certo.

*****
- Retirar! Retirar! – Os gritos vieram da Equipe Bravo.
- Equipe Bravo retirar! – O Cérebro gritou!

A Equipe Bravo, revirando o galpão encontrou um monte de explosivos ligados há um temporizador, acionado quando a porta reforçada fosse aberta. Quem esteve ali, além de abandonar o lugar, transformou-o em uma armadilha, no mínimo, diabólica.
Quando o agente B8, encontrou o artefato, já não dava tempo de desarmar, nem sequer de pensar no assunto, só restava correr. Eles correram e tudo explodiu.

- Perdemos contato. – O Cérebro resmungou consigo mesmo, antes de passar mais instruções. – Equipe Dog, resgatar Bravo! Repetindo, Equipe Dog, resgatar Bravo!.

A Equipe Dog é a equipe de apoio da S.O.M.B.R.A, resgate, controle de multidão, controle de mídia, escutas telefônicas, monitoramento, tudo. É claro que numa noite onde três operações ocorreriam ao simultaneamente, a equipe estava de total prontidão.

- Entendido. – Respondeu D1 pelo comunicador. – Equipe Dog partindo!

Longe disso tudo a equipe Charlie parecia estar tendo um pouco mais de sucesso. Haviam acabado de encontrar um cientista, ou qualquer outra pessoa que use um jaleco branco, virando no corredor onde estavam.

- Sem truques, doutor. – C1 disse apontando o rifle para o homem – Quietinho.

O homem levantou as mãos para o alto, por medo e reflexo no início, mas depois relaxou.

- Meu nome é Timothy Randall. Dr. Thimothy Randall – disse o doutor. – É bom saber que temos visitantes. Posso mostrar o lugar a vocês se quiserem.

“Maldição”, pensou C1, ele estava falando, mas não parecia estar gritando para alarmar os outros, atirar nele só causaria mais alarde ainda. Pensou melhor e deduziu que provavelmente já tinham sido vistos pelas câmeras e que se houvesse uma segurança já estariam se mobilizando. “Dane-se”, pensou ele, “somos treinados e não trouxemos esse monte de armas por nada”.

C1 fez um gesto com a mão C3 e C9 foram à frente verificando o caminho enquanto ele mantinha o doutor na mira.

*****
Em um movimento rápido Alice Ward sacou uma faca de arremesso e jogou na direção do vampiro. “O que fazer?” o vampiro pensou. Podia desviar, mas perderia a pressão da investida, queria definir a luta naquele momento. Podia receber o golpe, se fosse uma adaga comum, não sofreria muito dano, mas não podia correr esse risco. Podia se teletransportar, mas gastaria muita energia e acabaria desnorteado. Podia se transformar em morcegos. Perfeito. Manteria a velocidade e se materializaria novamente a tempo de dar o golpe fatal. Perfeito, foi exatamente o que fez virou uma revoada de morcegos.

Essa magia transforma o vampiro numa revoada de morcegos, cada um dos vários mamíferos voadores carrega uma parcela da energia, e toda a consciência do vampiro. É uma magia extremamente útil, mas tem seus pontos fracos.

Alice sorriu feliz e frustrada ao mesmo tempo, feliz por mais um de seus planos ter dado certo e frustrada por ter que admitir que o Cérebro estava certo mais uma vez.

- Se ele vier com tudo pra cima, você arremessa. – foi o que o Cérebro havia dito. – Virar morcegos vai ser a melhor opção para ele.

Alice apertou um botão embutido na palma de sua luva ao melhor do estilo Homem-Aranha, e acionou um detonador, que acionava uma carga explosiva escondida no cabo da adaga.

Então foi isso, Dagon se transformou numa revoada de morcegos, a adaga passaria por entre a revoada, não atingindo nada, sem causar problemas. Então veio a explosão, cada morcego, carregando a energia do mestre, foi atingido e ferido.

Os sobreviventes chamuscados voaram uns em direção aos outros tentando conseguir alguma concisão, conseguiram voltar à forma real, porém muito ferida e com pouquíssima energia. Alice tossiu com a fumaça e o cheiro de pelos queimados.

- Chega Dagon. – disse ela. – Desiste.

*****
- Sabem. – disse o doutor Timothy Randall – Eu não queria apenas mostrar o lugar a vocês. – deu um sorriso cínico. – Queria que conhecessem alguém.

C3 três C9 passaram voando por ali, arremessados por alguma coisa muito forte. Antes que pudessem entender o que havia acontecido uma forma muito grande e muito, mas muito pesada se jogou corredor adentro os acertando como um grande tijolo de metal. Assim que puderam, no mínimo, entender o que tinha acontecido eles viram o que os tinha atingido, era um humanóide com pouco mais de 2 metros de altura com uma pele cor de ferrugem e cabelos brancos, o mais estranho é que ele tinha um peitoral quadrado. O monstro gigantesco colocou-se entre a equipe e o doutor Randall.

-- Esse é Pára-Choque... – disse o doutor com um ar mais cínico ainda. – ... o nosso segurança particular.

-- Estamos sob ataque. – reportou C1.
-- Atirem à vontade. – Pai Tempo respondeu.

C11, que, desde o começo, não havia gostado do repertório de sorrisos cínicos do doutor, saiu de lado e disparou certeiro, fazendo os miolos do Dr. Thimothy Randall espalharem-se por uma parede próxima.
O resto da equipa Charlie começou a atirar em Pára-Choque que avançava lentamente enquanto as balas ricocheteavam em sua pele, se é que pode-se chamar assim, já que, agora sem sombra de dúvida, era feita de metal.

-- Não está funcionando. – C1 reportou. – É um meta e parece invulnerável.
-- Saiam já daí. – ordenou o Cérebro. -- Levem a luta para um lugar aberto estamos enviando um helicóptero.

O monstro metálico continuou avançando enquanto a equipe recuava deixando um rastro de cápsulas de munição.

C6, Robert Freeman, 23 anos, dois filhos pequenos, acabou cometendo um erro e sendo agarrado por Pára-Choque que quebrou seu pescoço com uma facilidade tremenda.

C8 acabou levando uma pancada e desmaiando, ele acabaria ficando para trás, mas C1 não admitiria isso.
- C2, pegue ele quando eu disser. – ordenou C1.

C1 meteu a mão em um dos bolsos, sacou uma espécie de bolha azulada, era uma granada especial que colava no alvo, Pára-Choque era resistente, mas era um alvo fácil.

- Agora! – ordenou C1 quando a granada explodiu no tórax quadrado do meta-humano jogando-o para trás.

C2 correu, pegou o companheiro e jogou-o sobre os ombros, o resto da equipe deu cobertura com seus rifles de assalto.

*****
Vampiros são corpos mortos andando por aí animados por magia, seus órgão vitais e características físicas podem se alteradas conforme sua vontade, conhecimento, auto controle e, principalmente, a energia restante.

Dagon levantou, estava cansado, ferido e com pouca energia, porém seu corpo já havia voltado ao normal não deixando transparecer nada disso. Alice sabia que depois desse último ataque, faltava pouco, mas não saber exatamente, o quanto, a deixava chateada.

Dagon avançou mais uma vez, da mesma forma de antes. Alice atacou da mesma forma, forçando-o a desviar e entrar na área de ação da Lança, e foi isso que Dagon fez, desviou e entrou no alcance da Lança, mas dessa vez quando Alice preparou um segundo ataque Dagon estendeu a mão na direção dela e com um sussurro sombrio conjurou mais uma magia com o que sobrou de energia mágica.

Uma explosão de sombras aconteceu abruptamente na frente do rosto de Alice deixando-a cega por algum tempo. Alice sabia lutar às cegas, mas Dagon já estava perto demais e ele praticamente não tocava o chão para atacar.

Alice recebeu um ataque pelas costas, felizmente, para ela, Dagon já estava com poucas forças. Girou rápido, mas ele não estava mais lá. Conseguiu ouvir o segundo ataque e esquivou, mas acabou tomando um terceiro. Sua visão começou a voltar e ela viu de relance o vampiro se aproximando pela esquerda, num giro rápido ela atacou, e o vampiro, com um mínimo de esforço, deixou que a Lança atravessasse seu ombro.

Alice ficou confusa, era tão fácil para ele desviar dos ataques, mas dessa vez ele nem se esforçou, e ele não parecia tão frágil a ponto da lança atravessá-lo de vez.

*****
A Equipe Charlie continuou recuando e descarregando suas armas no meta-humano conhecido como Pára-Choque. Recuaram até chegar ao primeiro corredor pelo qual passaram, então perceberam que Pára-Choque simplesmente parou.

- Saiam já daí – O Cérebro gritou pelo comunicador percebendo, tarde demais, o que iria acontecer.

Pára-Choque fechou a porta à frente deles, enquanto a porta de trás travou-se num “click”.

- Enfim temos em quem testar nossa mais recente descoberta. – Uma voz veio de pequenos alto-falantes embutidos no teto, enquanto os pequenos buraquinhos da parede liberavam um estranho gás na sala.

*****
Dagon deu um passo à frente, percebeu que não doeu nada e deu outro, enquanto isso a lendária Lança do Destino, que havia atravessado seu ombro, atravessava ainda mais.
A verdade é que o vampiro tinha reduzido sua própria resistência para se deixar atingir pela Lança, e agora havia voltado a sua resistência normal, impedindo que Alice pudesse retirá-la.

Fez um movimento forte com o ombro ferido e conseguiu retirar a Lança da mão da humana. “Pronto, sem a Lança ela não é nada”, pensou ele, mas era tarde demais. Depois desse movimento Dagon ficou com a guarda totalmente aberta e se viu alvejado no lado esquerdo do peito, por algo muito inconveniente, uma estaca de madeira.

Era o fim da luta, Dagon estava paralisado, vulnerável, indefeso. Alice deu um passo atrás e relaxou, havia ganhado. Tirou um cigarro do bolso e acendeu.

- Pronto! – disse ela depois de uma tragada longa. – Agora você está exatamente onde eu queria. Mestre Sun Tzu disse: “Quando forte, mostra-se fraco.”. Eu te enganei te fazendo acreditar que a Lança era minha única arma.

Deu mais um trago no cigarro, precisava relaxar os músculos depois da luta.

Pode ficar com a Lança, sabe? Nunca quis ficar com ela, mesmo. ‘Então por que disso tudo?’ você deve estar se perguntando. Eu quero que trabalhe para mim. E você não aceitaria, é claro, é muito orgulhoso para trabalhar para uma humana. Você tem poderes específicos para o tipo de equipe que eu quero. Eu poderia chamar outro vampiro qualquer, mas nenhum deles tem algo parecido com esse código de semi-ética que você segue.

Jogou o cigarro fora, enfiou a mão no bolso e tirou um cartão.

- Não me importam os seus motivos para não ser um chupador de sangue do tipo mais perverso. Mas gosto do seu jeitão e quero que trabalhe para mim. – colocou o cartão no bolso do vampiro. – me encontre nesse local, nesse horário, amanhã à noite.

Fez uma pausa, tentando não esquecer nada.

- Acho que é só isso. – retirou a estaca do coração do vampiro, enfiou num bolso interno da blusa e saiu andando tranquilamente. – Aliás, boa luta.

Minutos depois, no carro.

- Alice para Cérebro, alvo derrotado, mensagem enviada. Repetindo, alvo derrotado, mensagem enviada.
- Entendido. – A voz do Cérebro veio pelo comunicador. – Reportando, Equive Bravo fora de condições, Equipe Charlie capturada.
- O quê?! – Alice se espantou.
- É isso mesmo Alice. Precisamos da sua equipe pronta amanhã.

Continua...

Não Perca S.O.M.B.R.A #3 – Equipe Easy.

Nenhum comentário:

Postar um comentário