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sábado, 22 de janeiro de 2011

Superman #1


Superman #1 - Prelúdio

Escrito por Luiz Finatti



Um alarme estridente é disparado. Todos ali levam um susto, principalmente os bandidos. A bancaria que disparou o alarme atrás do caixa entra em pânico quando um dos homens atira no vidro blindado, que após 3 tiros não resiste, sendo estourado. 

- Esse vidro... era blindado!

- Não há isso daqui – O bandido ostenta sua grande arma – Abre essa merda de cofre!

- Não! O Superman deve estar chegando, e vocês vão ser pegos!

O mesmo sujeito atira novamente, acertando agora a bancaria no abdômen. Outros bandidos encapuzados obrigam outros funcionários a abrirem o cofre do banco. Enquanto isso, o primeiro bandido observa os reféns, todos assustados, mas de repente observa um sorriso se espalhando entre todos eles. O bandido olha para trás.

- Superman... Morra! – Ele dispara sua metralhadora contra o grande homem de azul e capa vermelha que acabara de chegar a cena do crime. Todas as balas ricocheteiam de volta, sem causar dado algum.

Os olhos de Superman começam a ficar vermelhos, e ao mesmo tempo o bandido solta sua arma, que derrete por inteira ao cair no chão. O herói, sendo mais rápido que os olhos dos reféns consigam ver, derrota cada um dos 8 bandidos, e amontanha seus corpos no meio da rua, onde na mesma hora uma viatura da policia acabara de chegar.


- Acabou. Podem se levantar – Diz aos reféns, enquanto ele estende a mão para um idoso, ajudando a se levantar. Ainda assustados, eles apontam para a mulher baleada. O herói vai até a pobre ensanguentada, a segura com cuidado, e sai do banco flutuando, tomando rumo ao hospital mais próximo. 

- Eu sabia... que você iria nos salvar, Superman. – A mulher ferida dá um leve sorriso de agradecimento ao herói. 


*
Mais um assalto foi evitado. Mais vidas foram salvas. Esse é meu trabalho: ser um super-herói, e dar algum objetivo as minhas capacidades. 

Meu nome é Clark Kent. Mas todos me conhecem como o Superman. Há pouco mais de um ano eu comecei esse trabalho. Desde o começo, tive a certeza de que aquilo que eu estava fazendo era o certo. Mas devo confessar: não é fácil. Mesmo para mim, “o homem mais poderoso do planeta” pelo que a impressa diz... Principalmente pra mim. As pessoas gritam por ajuda. Não só em Metrópoles, mas em todo o planeta. Mas eu os ajudo. Fico feliz em ajudar os outros. Minha vida, tão única por estar cercado de frágeis pessoas em perigo, ganha um sentido maior quando visto esse collant.

Mas dificuldades não faltam. Alguns países do Oriente Médio não aceitam minha presença. E milhões de pessoas ainda desconfiam de mim. E no fundo, eu os entendo. Mas nessas horas... É quando eu me sinto um invasor, um estranho no ninho. Vestir o colante, na maioria das vezes, me faz bem, pois o que eu recebo de troca dessas pessoas é sua confiança.
*

Num shopping de alto nível da cidade, uma limusine estaciona no portão principal. Vários homens engravatados e de óculos escuros saem do carro, e vão calmamente até uma joalheria pequena bem próxima a entrada. Dois deles entram, enquanto os outros ficam na porta. 

- Bom dia, em que posso ajuda-los?

- Bom dia... – O homem saca seu revolver 38mm, enquanto anuncia o assalto de forma bem calma e ríspida 

– Passa tudo, mas vai com calma! Se você tentar alguma gracinha, eu explodo sua cara, e de todo mundo aqui. 

Os outros engravatados dentro da loja mostram suas armas, e todos os funcionários colocam as jóias em sacolas grandes. O gerente, ao fundo da loja, percebe uma movimentação estranha, e sem pestanejar dá um clique em sua pulseira quando vê os ladrões. 

- Ei, vão com calma, levem o que quiserem, mas não matem ninguém... Por favor. 

- Então abre o cofre com o que tem de melhor ai pra mim. 

Do lado de fora, tiros começam a ser ouvidos. O pânico se espalha no shopping e as pessoas correm para todos os lados. O bando dentro da loja pega as sacolas que conseguiram encher e correm para fora, mas no caminho são barrados pelos outros homens. 

- Eles tão lá fora! 

Um dos homens é arremessado contra a vitrine. Uma mulher de mais de dois metros de altura, músculos definidos a dar inveja a qualquer lutador, e de uma curiosa pele em tom alaranjado, entra no shopping. – Quem vai ser o próximo?

O bando começa a disparar contra a mulher, mas as balas param no ar. Raio Negro, ao fundo, cria um campo magnético que cria esse efeito, e os protege dos tiros. 

 Uma bomba de fumaça atinge os ladrões, que ficam desorientados. Mais um vigilante entra na cena, pulando do segundo andar. Ele vai pra cima dos ladrões, assim como  Rampage e Raio Negro. A fumaça se espalha, e os malfeitores então detidos.

- Bom trabalho garotos! Você é quase um ninja, Gangbuster! – Diz Rampage enquanto devolve ao gerente as sacolas cheias de jóias – Aqui está senhor, tudo que lhe pertence! Ah, será que não rola um “presente de agradecimento”?

- Claro! Se não fosse a iniciativa dessas pulseiras como alarme de vocês, eles levariam toda minha loja. – Ele tira um ane de ouro com uma grande pedra – Tome, você merece!

- Desculpe senhor, mas ela não vai aceitar esse presente. – Diz Raio Negro, enquanto poe a mão no ombro de Rampage – Vamos grandonas, temos muito o que fazer.

- Mas... Tá bom, mas mais tarde eu passo aqui para comprar esse anel, com um descontinho né? – Ela dá uma piscada para o dono da loja. – Ei Jeff, cadê o Gangbuster? Ele estava aqui nesse instante! 

- Ele é assim mesmo, consegue sumir da vista de todos num jeito melhor que o nosso...

Os dois saem do shopping enquanto os policiais levam os ladrões. 

 *
Mas há também pessoas más intencionadas. Vilões. Durante esse pouco mais de um ano pelo qual venho “trabalhando”, conheci pessoas capazes de tudo por poder e dinheiro ou  até um pouco de diversão, mesmo que para conseguir tudo isso, pessoas sejam prejudicadas. A Intergangue tem controle sob quase todos os bandidos da cidade, e todos eles estão organizados, mais bem equipados, e preparados para enfrentar os vigilantes e homens da lei.  Além disso, a organização comanda uma série de esquemas, movimentando bilhões. Além disso, há também outras “organizações”, como a “100” de Tobias Baleia. Há bairros mais pobres da cidade que são quase que dominadas por gangues comandadas por esses bandidos. Raio Negro e Gangbuster estão fazendo muito nesses lugares, mas essa guerra parece ser constante. Por enquanto.

Porém há uma pessoa pela qual eu tenho minhas preocupações mais voltadas: Lex Luthor. O mega empresário bilionário tem Metrópoles como sede de suas empresas, empregando milhares de cidadãos, além de servir como sua morada e lugar para cometer seus mais perversos e mesquinhos crimes. O destino nos aproximou nos primeiros meses que comecei a vigiar a cidade, mas nesse tempo descobri o que o mundo não sabe sobre Luthor: ele é um homem inescrupuloso, capaz de cometer as maiores atrocidades para conseguir ter poder, controle. Eu gostaria de entender o que se passa em sua mente... Suas motivações reais, seus desejos... Somos semelhantes, pois temos muito poder, de diferentes formas. Ele é um retrato daquilo que eu posso me tornar caso seja corrompido. 

Ele jurou na minha frente que um dia ainda vai me matar. Eu não tenho medo dele, mas estou sempre vigiando seus passos, pois sei que um dia ou outro, ele irá tentar cumprir sua promessa. 
*

Do parapeito da parede de vidro de seu escritório, no ultimo andar do Lex Center – edifício mais alto da cidade, Lex Luthor observa Metrópoles, enquanto aprecia uma taça de vinho. 

- Minha cidade. Meu lugar. Meu.

Ele observa um rastro vermelho e azul rasgando os céus rapidamente.

- Miserável. Esse homem, e todos os outros “heróis”, irão pagar. Metrópoles não precisa de vocês. Eu irei provar isso na frente de todos.

- Luthor! Resmungando como sempre na janela?

- Bruno... – Lex fica irritado com a fala do homem.

- Como vão os negócios?

- Estão bem na hora de por tudo em prática. Vou precisa de um esforço dos seus homens. Vou precisar deles nas ruas, e bem organizados. As coisas vão mudar em Metrópoles... Vamos botar a cidade nos eixos.

*
Uma das pessoas que mais me ajudou nesse tempo todo foi Lois Lane. Uma jornalista que trabalha no Planeta Diário, um dos jornais mais vendidos no país. Nós nos conhecemos logo quando cheguei por aqui, e desde então um tem ajudado o outro no que pode. Consegui salva-la algumas vezes, e ela me deu boas informações para a captura de bandidos poderosos, fora a ajuda durante o tempo em que... eu era amigo de Luthor. Ela é uma grande amiga... Considero seu trabalho muito importante, tem um impacto tão grande quanto o meu. Lois, de alguma forma... É muito especial para mim. Pena que nunca disse isso a ela.
Um jovem de 18 anos, ruivo, com sardas proeminentes no rosto e vestindo um social básico com uma curiosa gravata borboleta vermelha está esperando há mais de trinta minutos uma resposta de seu futuro chefe, Perry Write. 

- Senhor White, por favor, eu...

- Espere ai garoto... Lois! – Grita o editor chefe do Planeta Diario.

Uma bela mulher de cabelo castanho entra no escritório, carregando seu notebook aberto. – Veja só Perry, consegui esse documento com o pessoal do banco, veja só! 10 milhões de dólares transferidos da Letherman para a Kirb. SA! 

- Lois, eu já lhe disse sobre isso...

- Mas Perry! Letherman é do Luthor e a Kirb é de um dos laranjas da Intergang! Essa é uma clara prova de que Lex e a Bruno Mahatma estão trabalhando juntos!

- Você não tem provas que Letherman é Luthor! 

- Mas se publicarmos isso, as pessoas poderão desconfiar, a policia pode ir mais a fundo no caso!

- Lois... Não me faça ter um enfarte... – Ele põe suas mãos sobre os ombros da jovem jornalista – Eu sei o quanto esforço você está dedicando a esse caso há meses. Sei o quanto você está certa no caminho que você segue... Mas se lembra da última vez que publicamos uma denuncia sobre Luthor? Quase o jornal foi vendido, fora as retaliações que você sofreu! O careca tem quase toda a cidade sob controle.

- Perry, eu não tenho medo dele. Ele pode ser tão rico como o Tio Patinhas, mas ele não é o dono de Metrópoles. Pode haver homens de seu bando espalhados, mas os vigilantes da cidade não, principalmente o Superman!

- Mas entenda... Chega de Luthor! Cuide dos blecautes que ocorreram durante a madrugada, o pessoal que eu mandei cuidar disso ainda não me trouxe nada, são quase meio dia e eu preciso disso logo! Vá ao gabinete do prefeito e de uma pressionada no velho! E preciso disso até as 16:00!

- Tá, mas vou precisar de um fotógrafo comigo.

- Droga... Acho que todos estão na rua agora!

- Eu sou fotografo... – Diz o ruivo com a voz baixa por vergonha, enquanto ele tira de sua mala sua câmera profissional.

- Perfeito, ele vem comigo!

- Espera, ele não é dos nossos, ele surgiu na minha mesa agora mesmo!

- Senhor White... Eu estou aqui há quase meia hora!

- Olá, eu sou Lois Lane – Ela cumprimenta o garoto.

- Meu nome é Olsen... James Bartholomew Olsen, mas pode me chamar de Jimmy!

- Prazer, Jimmy! Gostei da gravata! Vamos lá, temos que cuidar do blecaute agora... E depois, você vai me ajudar num servicinho – ela sai da sala puxando o fotografo pelo braço enquanto dá um piscada para seu chefe, que se expressa ainda mais zangado – Acho que nos daremos muito bem Jimmy!

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